A Direita da Paraíba e o preço dos acordos de Brasília


A cada eleição, repete-se o mesmo enredo: Brasília define, e a Paraíba obedece. A direita paraibana, que já foi símbolo de resistência e convicção, parece prestes a ser usada mais uma vez como massa de manobra em 2026 — empurrada a apoiar nomes que pouco ou nada representam o eleitorado conservador do estado.

Nos bastidores políticos, circula a avaliação de que acordos nacionais entre PL, Republicanos, União Brasil e Progressistas estão moldando antecipadamente o cenário paraibano. As conversas incluem a manutenção de espaços de poder, a escolha de quem subirá ao Senado e até mesmo o destino de lideranças regionais. Em troca, a base da direita local é instruída a “cumprir seu papel” e seguir as diretrizes de cima.

Fontes políticas afirmam que o grupo da família Motta de Morais ganha destaque nessa equação. O deputado Hugo Motta e seu pai, Nabor Wanderley, aparecem como peças centrais nas conversas de bastidor. O primeiro, para garantir a influência em Brasília; o segundo, como possível nome ao Senado, com apoio de parte das siglas conservadoras.

No mesmo tabuleiro, surgem nomes conhecidos: Marcelo Queiroga (PL), Efraim Filho (União Brasil), e até lideranças ligadas ao Partido Progressistas e ao PSD, que podem integrar a composição de uma grande frente partidária. O discurso de “união da direita” pode acabar sendo, na prática, um rearranjo de interesses — onde o eleitorado é convocado a obedecer sem ser ouvido.

Enquanto isso, parte da direita paraibana, a chamada “direita raiz”, manifesta resistência a esse tipo de acordo. Nomes como Major Fábio simbolizam essa ala que prefere manter coerência e independência, mesmo sabendo das dificuldades de enfrentar o bloco dos grandes partidos.

O Partido Novo, por sua vez, deve continuar apoiando Romeu Zema no cenário nacional, captando votos daqueles que rejeitam alianças de conveniência e preferem projetos mais ideológicos. Essa divisão reflete o que se vê nas ruas e nas redes: uma direita fragmentada entre a fidelidade ao comando de Brasília e a busca por autonomia regional.

No fundo, o dilema é simples — mas profundo: a direita da Paraíba quer continuar sendo comandada por acordos distantes, ou vai reencontrar sua própria voz?

O eleitorado conservador do estado, cansado de ver as mesmas alianças se repetirem, começa a questionar se a “unidade” vale o preço da submissão. Em 2026, a escolha pode ser menos sobre quem ocupa o cargo e mais sobre quem realmente representa o que o povo acredita.


Por Lucas Lima — para o Blog Povo da Paraíba
(Artigo de opinião baseado em análises e informações de bastidores políticos.)

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